Manoel de Barros:versos para todas as idades
O poeta, vencedor de dois Prêmios Jabutis e admirado até por Carlos Drummond de Andrade, é autor de uma obra grandiosa. Conheça mais a respeito e enriqueça suas aulas sobre poesia.
Barros nasceu em Cuiabá, no dia 19 de dezembro de 1916. Quando criança, ele passou boa parte de seus dias no internato. Ao terminar a escola, foi para o Rio de Janeiro onde se formou em Direito. Depois do casamento com Stella voltou para o Pantanal e assumiu uma fazenda de gado recebida como herança. Lá, viveu até o fim da vida, em novembro de 2014.
Cronologicamente, o poeta pertence à terceira geração modernista, de 1945, assim como João Cabral de Melo Neto (1920-1999) e João Guimarães Rosa (1908-1967). Os autores dessa fase ficaram conhecidos pelo apuro com as letras e menor apego a padrões estéticos. Isso não significa que seja simples classificar a poesia de Barros em modernista, de vanguarda ou pós-moderna. "Buscar uma classificação talvez seja uma forma inadequada de abordar uma poesia que questiona os padrões de uma sociedade obcecada com informação, classificação e eficiência", comenta Rodrigo Franklin de Sousa, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e doutor em Letras pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Com o tempo, o escritor conquistou notoriedade no meio literário. Foi vencedor do Prêmio Jabuti duas vezes, em 1990 e 2002, com as obras "O guardador de águas" (1989) e "O fazedor de amanhecer" (2001). Seus leitores não são apenas brasileiros. Os livros do poeta foram traduzidos e publicados na França, nos Estados Unidos, na Espanha e em Portugal. Em 2008, sua trajetória e as peculiaridades dos seus poemas foram tema do documentário "Só dez por cento é mentira", de Pedro Cezar:

ObrasNo site da Fundação Manoel de Barros (http://www.fmb.org.br/), uma frase do próprio poeta explica bem o que se encontra nos seus livros:
"O que escrevo resulta de meus armazenamentos ancestrais e de meus envolvimentos com a vida. Sou filho e neto de bugres, andarejos e portugueses melancólicos. Minha infância levei com árvores e bichos do chão. Penso que a leitura e a frequentação das artes desabrocha a imaginação para um mundo mais puro. Acho que uma inocência infantil nas palavras é salutar diante do mundo tão tecnocrata e impuro. Acho mais pura a palavra do poeta que é sempre inocente e pobre"

"O que escrevo resulta de meus armazenamentos ancestrais e de meus envolvimentos com a vida. Sou filho e neto de bugres, andarejos e portugueses melancólicos. Minha infância levei com árvores e bichos do chão. Penso que a leitura e a frequentação das artes desabrocha a imaginação para um mundo mais puro. Acho que uma inocência infantil nas palavras é salutar diante do mundo tão tecnocrata e impuro. Acho mais pura a palavra do poeta que é sempre inocente e pobre"
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